segunda-feira, 14 de maio de 2012

A EXPOSIÇÃO (PARTE 1).



A QUE EU VI.
Sexta-feira, foi o único dia que me aventurei na Exposição de Barra Mansa. Frejat vale o risco e o show dele correspondeu as minhas melhores expectativas, aliás, quanto a grade de shows, não tinha dúvidas do êxito. Parabéns a PROSON, como de praxe.
Nessas três horas de participação no evento, não vi nada muito animador. Após pagar 60 reais para um casal se instalar em pé na "Área VIP", vi um camarote portentoso exclusivo para convidados, totalmente frio, afastado do público e do palco, mas suntuosamente instalado no meio do local da Exposição. Lá, nesse imenso camarote vazio, percebi a presença dos administradores de Barra Mansa, e a imagem dos filmes épicos onde o imperador e seu séquito deleitavam-se ao ver os leões devorarem gladiadores, me veio imediatamente a cabeça. Alguns raros "convivas" do prefeito arriscavam uma aproximação maior do palco, mas como peixes fora dágua eles salientavam as suas poucas vocações populares e rapidamente voltavam para o refúgio nababesco onde a sua turma se regozijava entre quitutes e drinques patrocinados por nossos impostos. Porém também percebi uma certa apreensão dos "apadrinhados" do prefeito, como se percebessem que os últimos ventos das suas "venturas" já se espalhassem no ar numa intensa brisa fria.
Vi, antes do show, um locutor raivoso anunciar um vídeo da prefeitura onde a resposta aos críticos da administração estaria contida. Como um dos alvos do trabalho, prestei enorme atenção e não pude evitar as gargalhadas ao perceber a frieza da população, algumas vaias generalizadas e um propaganda político-partidária ilegal fazer fiasco pelo baixo conteúdo e pela péssima qualidade. Não poderia ser diferente.
Vi Frejat cantar"...O BEM que você me fez nunca foi real, Da semente mais rica, nasceram flores do mal..." e não pude perceber o quão foi apropriada essa execução. "...Mas quem tem coragem de ouvir, Amanheceu o pensamento, Que vai mudar o mundo, Com seus moinhos de ventos...". O Poeta não morreu e tem que estar vivo em nossos corações e atos, afinal...nossos inimigos estão no poder.

Vi um povo frio que sequer solicitou bis, apesar de ninguém ter arredado o pé do local ao suposto final do show. Vi Frejat voltar constrangido ao palco e reiterar seus agradecimentos, desta vez, sem citar a prefeitura, visto que na primeira menção, rumores de vaias foram espalhados.

Vi bebidas caras serem comercializadas e ao retornar para casa, a pé, pois moramos perto do Parque, não vi sequer uma viatura ou policial nos arredores, cusando um retorno tenso, mesmo para quem há décadas frequenta com tranquilidade as madrugadas e seus desafios.

Gostei do show mas não gostei do que vi. Só a prefeitura de Barra Mansa consegue provocar tais fenômenos.

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